Remador carioca conclui travessia do Oceano Atlântico
Caetano Altafin doará recursos da campanha Remacaê para pesquisa sobre câncer ósseo desenvolvida no Into
Depois de 43 dias no mar enfrentando ondas gigantes, tempestades e até tubarões, o advogado e remador carioca Caetano Altafin, 32 anos, concluiu a travessia do Oceano Atlântico no último dia 5 de março. Ele remou cinco mil quilômetros, por cerca de 12 horas por dia, das Ilhas Canárias (Espanha) a Barbados (Caribe), ao lado de outros sete remadores estrangeiros. A aventura foi lançada na internet com a campanha Remacaê (http:// remacae.com), criada para conseguir financiamento coletivo e destinar doações para a pesquisa do osteossarcoma (tipo de câncer ósseo), desenvolvida no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
A motivação para a campanha surgiu pela perda do seu melhor amigo Rafael Cordeiro, em 2006, vítima de osteossarcoma. E sua inspiração foi o famoso navegador Amyr Klink, o primeiro brasileiro a cruzar o Oceano Atlântico em um barco a remo, sozinho, em 1984. Todos os percalços envolvidos na travessia, como contusões, perda de peso e noites sem dormir, parecem ter compensado o atleta pela experiência incrível que teve nos mares, desde a partida nas Ilhas Canárias, no dia 20 de janeiro.
"Vivemos momentos inesquecíveis. Encontramos um recanto com dezenas de golfinhos, fomos sobrevoados por peixes voadores, visitados por duas baleias, dourados e albatrozes. Vimos arco-íris múltiplos e noites lindas de lua cheia”, contou Caetano. A equipe de remadores também passou por vários obstáculos a bordo da Avalon. “O leme da embarcação foi atacado por um tubarão branco, passamos também por muitas tempestades e ventos contrários fizeram com que acionássemos a guarda costeira local após concluir a travessia na parte norte de Barbados”.
Atleta do Clube Remo Bandeirante, Caê, como é mais conhecido, largou o emprego como advogado em São Paulo no ano passado para se preparar para a ousada travessia, passando por treinamentos de remo e de sobrevivência no Reino Unido desde dezembro de 2014. Ao chegar ao Brasil, Caetano disse que pretende descansar, finalizar o projeto e manter a campanha ativa na internet até o final de março, para receber mais doações a favor da pesquisa.
“Já havia decidido que todos os valores arrecadados serão direcionados para o Into”. Até o momento, a campanha recebeu R$ 36 mil em doações, mas ele continua na expectativa de conseguir novos apoiadores até formalizar a doação ao Instituto, prevista para o mês de abril.
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